terça-feira, 1 de julho de 2014

A Copa das surpresas


As avaliações sobre a Copa do Mundo 2014 eram bastante divergentes. A presidente Dilma Roussef e seus apoiadores diziam que esta seria a “Copa das Copas”; para os oposicionistas seria o prenúncio do caos e de um vexame internacional; para setores radicias do movimento social a coisa era colocada nos termos do grito de guerra “não vai ter Copa”. Aparentemente só sobrava de positivo o favoritismo da seleção canarinho – o que era reconhecido pelas bolsas de apostas mundo afora.

Aliás, a julgar pelo artigo de César Felício (Brasil na Copa: welcome to the jungle – Valor Econômico pág. A9, 12 de junho de 2014) o clima de pessimismo era geral. No texto o jornalista relata encontro da presidente Dilma com correspondentes estrangeiros, ocorrido em 3 de junho: “Mas dos 21 meios de comunicação que escreveram sobre o país nos últimos dias, mesmo depois do exercício de sedução de Dilma, 19 publicaram análises negativas”.

Para explicar esta visão o ex-presidente Lula advoga a tese de que o oposicionismo da imprensa brasileira contaminou a estrangeira. Em almoço realizado em 24 de julho em São Paulo com empresários e diplomatas do exterior, Lula afirmou que “Quando eu ganhei as eleições, as pessoas levantavam muita dúvida se o Lula ia ter condições de governar o país. É a mesma coisa com relação à Copa. Agora eu tenho recebido notícias de que os mesmos jornais, os mesmos estrangeiros que diziam que a Copa não ia acontecer, agora estão se rendendo.” (Valor Econômico pág. A11, 25 de junho).

Por tudo isto, o Mundial começou sob tensão. Mas, iniciada as partidas, a coisa foi se reconfigurando, as boas notícias aparecendo e surpreendendo.

Uma delas aconteceu no setor de turismo. O Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, apresenta pesquisa feita pelo Ministério do Turismo e pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, que relata crescimento de 7,1% no trimestre (janeiro/março) em comparação ao mesmo período do ano passado, um crescimento muito acima das mais otimistas perspectivas para o PIB. Este incremento é avaliado pelos empresários do setor como resultado da Copa, mesmo antes do evento ter se iniciado.

Nas redes sociais a repercussão é impressionante. Segundo o jornal Propaganda e Marketing (30 de junho) o Google registrou até 27 de junho cerca de 1,2 bilhão de buscas com a palavra Copa; o twitter registrou mais de 300 milhões de tweets comentando o mundial em duas semanas de jogos (o dobro do registrado nos Jogos Olímpicos de 2012) e o Facebook anunciou que este é o evento mais popular da história. Também foi noticiado que audiência da partida entre EUA e Portugal foi maior do que a final da NBA (basquete) MLB (basebol).

Dentro do campo o sucesso também é inegável. As partidas estão empolgantes e os resultados surpreenderam com a grande quantidade de gols. Países sem grande tradição no esporte surpreenderam e alguns tradicionais decepcionaram. A Espanha que o diga.

Infelizmente, uma surpresa negativa foi a instabilidade da seleção brasileira em sua própria casa, o que tem trazido apreensão à torcida. Definitivamente esta é a Copa das surpresas.

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